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O desabafo do Empreendedor da fermentação natural

Porque só os grandes sobrevivem na indústria alimentar?

Sou o Gonçalo fundador da MAI Kombucha. Há seis anos vivo como pequeno produtor.

E hoje partilho aquilo que não sabia sobre a indústria alimentar quando comecei. E que tenta explicar o porquê de tantos pequenos produtores, ótimos empreendedores, com produtos com propósito sempre acabam por desistir, falir ou sucumbir.

Comecei lado a lado com outras marcas artesanais de kombucha e de outros produtos. Hoje, quase todas desapareceram.

E não é por falta de qualidade. É pelo sistema da indústria alimentar. Não é feito para os produtos com propósito sobreviverem.

A MAI nasceu com um sonho, um propósito de criar uma bebida mais saudável, sustentável e transparente.

Mas cedo percebi que mais importante do que qualidade a quantidade. “Qual o preço? Baixas 20%? Quanto de crédito dás? Desconto adicional por volume?”.

Claro, existe uma necessidade de crescer para a consolidação de um negócio. Mas a que custo tens que crescer? Para alcançar certos valores (de volume) há que abdicar de certos valores (de princípios)

O risco e as margens foi um tema no qual fui descobrindo com o desenvolvimento do negócio. O produtor é quem assume o maior risco sempre*, faz o investimento inicial, põe fé no tempo e no processo produtivo. Mas é sempre o último a ver lucro.*

  • Supermercados exigem 45% a 60% de margem sobre cada produto.
  • Distribuidores ficam com 20% a 30%.
  • Restaurantes entre 60 e 90% de margem sobre o teu produto.

No fim, não é a qualidade que decide o que aparece na prateleira*. É a quantidade, o lucro, o mais conveniente.

A conclusão cruel de que são os produtores que a estrutura atual da indústria e é algo que já me fez realmente pensar se quero seguir. Há muitas questões:

A validade do produto e a sua originalidade

(que vêm da palavra original, ou seja, o menos distorcido/falsificado). Quanto maior a validade, melhor para o retalhista.*

Na prática, isso quase sempre significa menos frescor, mais conservantes, menos verdade.

A maioria dos pequenos, trabalham com produto real e fresco, e vivem uma constante busca por tentar encontrar melhores alternativas. É quase como um ato de rebeldia.

Querer ser sustentável (de verdade) e com mais qualidade é o caminho mais difícil a seguir.*

Escalar a produção, antes era um sonho, mas agora é quase o oposto.

Crescer é importante, mas depende do crescimento.

Para escalar é preciso fazer mais investimentos (ainda que não tenhas pago o inicial) e abdicar de algumas características do produto*. E na hora de divulgar o produto, o marketing é por tua conta e mais: “Promoções”? São sempre pagas pelo produtor. Espaço de destaque na prateleira? Compra-se. E caro. Produto que expirou? É o pequeno produtor que arca com esse problema.

Os prazos de pagamento também são uma questão. O pequeno produtor geralmente paga a pronto. E têm o trabalho de produzir (fermentar), ou seja, leva algum tempo até venda.

Depois quando vende, o padrão é de 30 dias. Há redes que pressionam por 90 dias e já ouvi que existem 180 dias de prazo. Pior que isso são aqueles que não pagam. Na prática, o pequeno financia o caixa do gigante e ele que engula o prejuízo.

Quando o produto inovador ganha tração entram os grandes. Os pequenos criam com propósito, detalhe e qualidade. Um mercado que ganha tração, torna-se agressivo, e passam a parecer cópias baratas.

O original desaparece, o genérico disfarçado cresce.

A inovação não morre por falta de qualidade. Morre pela eficiência de quem nunca criou nada, mas aprendeu a fazer uma cópia fake com margem.

O asterisco:

*Há raras excepções à regra

Infelizmente o sistema funciona de forma a esmagar pequenos e alimentar gigantes.

Não escrevo isto como teoria, mas como experiência e para passar este conhecimento para alguém que queria começar neste mundo.

Quero ser parte do asterísco e o primeiro passo para isso é entender e reconhecer como o sistema funciona

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